Nel mezzo del camin...
Cheguei. Chegaste. Vinhas fatigada
E triste, e triste e fatigado eu vinha.
Tinhas a alma de sonhos povoada,
E a alma de sonhos povoada eu tinha...
E paramos de súbito na estrada
Da vida: longos anos, presa à minha
A tua mão, a vista deslumbrada
Tive da luz que teu olhar continha.
Hoje, segues de novo... Na partida
Nem o pranto os teus olhos umedece,
Nem te comove a dor da despedida.
E eu, solitário, volto a face, e tremo,
Vendo o teu vulto que desaparece
Na extrema curva do caminho extremo.
(Poesias, Sarças de fogo, 1888.)
Eu disse “uma alma cheia de sonhos”... Sonhos para nós, eu e você. As duas pessoas que se encontravam caminhando sob a luz do luar nessa noitada fria que nos enfraquecia a cada segundo que nossas pernas se moviam.
E já não era hora... Paramos.
Parecendo ou não parecendo... Mas para mim... Tua mão se soltou muito rápido e fácil da minha que a tantos anos a teve presa como uma promessa. Mostrou-me que, o que antes havíamos construído juntos não estava mais em seu coração.
Por que não choras? Por que não te emocionas? Por que não sente a dor? A dor que eu sinto agora...
Me vi parado como um lobo tremulo observando tua imagem se indo... E assim foi tua sombra junto que desapareceu na curva do caminho que eu não me atreveria a passar e pedir pelo sofrimento da despedida de novo.
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