Não em se matar, tente sorrir. Não pense em se matar, tente sorrir. Repeti e repeti o máximo que aguentei, mas a dor e o cansaço me esmagavam, me sucumbi a mais lágrimas inesperadas, na verdade, estava me deixando ser dominada por todas as lembranças em que já me fizeram sentir abandonada, jogada, inútil, sem necessidade alguma de estar ali. Rancor, já me disseram que era perigoso, já tente me convencer que não valia a pena, mas as vezes rancor é mais do que só dor acumulada, e excesso cansa qualquer força que se encontra por um fio.
Desabei, cai, chorei, enfraqueci, gritei, repeti.
A dor já estava começando a me afetar fisicamente, partiu das minhas emoções para a cabeça. Coloquei minha mão fria na testa, tentei me controlar, mas só piorei, a agulhada se lastrou do lobo frontal ao occipital, e me questiono como posso eu me lembrar desses termos exatamente agora... Tomei aquela pílula marrom e tentei me distrair. Após os cinco primeiros segundos não dava mais para aguentar de novo, minha respiração se foi e as lágrimas vieram, meus suspiros de cansaço eram mais fortes. Fiz a única coisa que pensava que podia suportar, me deitei e deixei essa alma sufocada liberar tudo que precisava.
De alguma forma, nada foi suficiente.
Levantei-me para tentar alcançar a única coisa que poderia me mantar sana naquele momento, mas pernas já esgotadas de uma misteriosa doença de meses mal conseguia rastejar, me senti pior que a droga da tartaruga, e quem diria! A tartaruga e perdedora da lebre estavam em melhores lugares que eu. Ter toda essa ideia atacando minha consciência me fez querer correr de um penhasco por uma última vez, vai ver em um sonho próximo...
Um caderno, folhas brancas, qualquer coisa que escrevesse.
Libertei minhas emoções.